terça-feira, 6 de agosto de 2013

Primeiro dia, primeiras impressões

Viagem de trem




Matada um pouco a saudade (e depois de passear e explorar um pouco a estação de trem de Paris), chegou a hora de pegar o trem. Eu cheguei em Paris, que foi onde ele veio me buscar; ele mora em Croix, uma linda cidadezinha que fica na região metropolitana de Lille. Pegaríamos o TGV (Train à Grande Vitesse - trem a alta velocidade) e, dentro de pouco menos de uma hora, chegaríamos lá.

Estação de trem de Paris
Agosto é o mês das férias - o que significa que tem crianças por toda parte. Eu sou apaixonada por crianças e me derretia por dentro quando ouvia alguma falando daquele jeito aveludado que os pequenos falam, e, ainda, em francês. Ouvir um garotinho a dizer "merci madame !" à moça do trem que o ajuda a sair é realmente impagável. 

Sentamo-nos no trem e começamos a jornada de volta para a casa do Edu. De cara, fiquei maravilhada com a beleza dos campos franceses: é tudo extremamente pitoresco, lindo mesmo. Atrás de nós, do outro lado, sentava uma mãe com seu filho bebê. Ela  lia uma historinha para ele, de uma maneira lenta e dramática. Realmente, devo admitir, o francês é uma língua hipnotizantemente encantadora.

O Edu, menino thoughtful que é, imaginou que eu poderia estar com fome e sede ao chegar. Ele me trouxe uma água especial: uma marca menos dura do que a água normal da França, mais parecida com a do Brasil (porque a água da França é dura, e a da região Nord-Pas-de-Calais é extremamente dura, cheia de cálcio e magnésio, tem gosto estranho/forte e pode dar pedras nos rins para quem tem tendências). Ele pesquisou para encontrar uma marca de água que fosse mais parecida com a do Brasil para a minha vinda (ele realmente é um amor ♥).

Ele também trouxe uns queijinhos para comermos durante a viagem. O que ele me mostrou era bastante fofo, um queijo chamado Ficello. A graça nesse queijo está em justamente poder desfiá-lo para comer do jeito que quiser. Faz sucesso entre as crianças.

Meu queijo acabou virando uma banana.

Foi aí que eu percebi, deitada ao ombro de meu menino, ouvindo uma história para bebês melodicamente contada, comendo queijo de crianças e olhando aqueles campos verdejantes, que era ali que estava a felicidade. Um sentimento muito forte e sereno me invadiu, parecia que tudo que eu não entendia na minha vida agora fazia sentido - tudo convergia para aquele momento, naquele lugar. A minha felicidade estava em um trem de Paris. A minha felicidade estava naquele menino. Ou naquele país. Ou em tudo junto, tudo ao mesmo tempo. 

Pois é. Percebi que meus temores e nervosismos não tinham mesmo razão de ser. Estou verdadeiramente apaixonada por tudo isso.

Um comentário:

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